Açúcar é o novo cigarro
Temos visto até os dias de hoje campanhas promovidas pelas sociedades médicas para que a população tenha uma dieta pobre em gorduras e com predomínio de carboidratos. Estas medidas não impediram o aumento da prevalência na obesidade e as doenças correlacionadas, especialmente diabetes e hipertensão.
Recentemente foi publicado na mídia que as sociedades de diabetes e cardiologia nos Estados Unidos foram patrocinadas por indústrias do refrigerante, mais precisamente Coca-Cola e Pepsi. O New York Times publicou ano passado que a Coca-Cola financiou um estudo com o objetivo de subestimar o malefício no consumo de refrigerante na obesidade e focar no sedentarismo.
Uma lata de Coca-Cola tem nove colheres de chá de açúcar. A quantidade diária não deveria ultrapassar três colheres de sopa.
O açúcar está presente em inúmeros alimentos, tais como catchup, sucos, pães, chocolates e doces. A redução no seu consumo poderá contribuir drasticamente para controlar a epidemia de obesidade. Mas é preciso que as sociedades médicas reconheçam o açúcar como o grande vilão.
Assim como ocorreu com o cigarro, campanhas contra o consumo de refrigerantes na mídia, banir o patrocínio de marcas de refrigerantes em eventos esportivos, assim como qualquer associação com o esporte são medidas urgentes e necessárias.
Uma criança obesa terá muito mais dificuldade de lidar com o peso na vida adulta. Na infância as células gordurosas adquiriras e multiplicadas não são eliminadas na vida adulta. O aparecimento do diabetes mellitus tipo 2, como consequência, tem ocorrido numa frequência maior em adultos jovens, em relação ao passado.
E por que o açúcar é o inimigo número um no combate à obesidade? Porque o açúcar é quem faz liberar insulina, e a insulina é quem armazena a gordura. Sem ingerir o açúcar, ou reduzindo a ingesta de carboidratos, a gordura do alimento não é armazenada no organismo.
Portanto, o foco de uma alimentação saudável e prevenção e tratamento de doenças deve ser buscar um regime alimentar com controle dos carboidratos, consumo de proteínas e gorduras,especialmente mono e polinsaturadas.
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Especialista em Endocrinologia e Metabologia
Conselheiro do Conselho Regional de Medicina
Presidente da Câmara Técnica de Endocrinologia do CRM
Membro da Câmara Técnica de Registro de Especialistas do CRM
Médico Concursado da Secretaria de Estado de Saúde atuando na função de Regulador e Teleconsultor
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